domingo, 24 de maio de 2015

A dor de um adeus...

Ouça e leia


"Se caso você me ver andando por aí, atravesse a rua, dobre a esquina, pelo menos se abaixe para amarrar o seu tênis. Só não passe por mim, não deixe eu lhe ver, sentir o seu perfume, que além de ser bom, ninguém tem igual. Caso você me encontre em alguma festa, não solte gargalhadas, ou não aumente a sua voz, para fazer com que eu perceba a sua presença. Como está as coisas? Continua gostando de cafés? Continua com a mania de se acordar 10 minutos antes dos seus compromissos? Preciso lhe contar uma coisa, desde o dia em que decidi ser fria e deixar tudo o que vivemos para trás sinto uma coisa estranha, que não sentia a muito tempo. Paz. Isso mesmo. Você deve estar falando “Eu fiz de tudo por ela e ela diz que nunca encontrou paz?”. Mas não é bem isso. Vivemos um relacionamento com pequenas guerras, onde costumávamos culpar um ao outro por todas as grosserias, inventávamos desculpas, que nem sei da onde elas saíam. Desculpas, isso mesmo, pois não queríamos aceitar o fim. Não queríamos aceitar que nada mais daria certo. Que fizemos tantos planos e poucos deles, realizamos. Não irei falar por ti, mas só eu sei o quanto esperei desse relacionamento, confesso que sonhei com o dia que eu iria entrar na igreja e lhe ver parado, emocionando, me esperando. Esse é o problema, criamos tantas expectativas, criamos outras pessoas em nossos lugares, você queria me moldar, inventar uma nova garota. Que não tinha nada a ver comigo, queria fazer de mim, uma garota perfeita para você. E eu? O que eu queria? Te fazer enxergar o quão certa eu estava. E você? Nunca conseguiu dizer “eu errei, você está certa”. Sempre preferiu fazer com que eu me sentisse culpada, com que eu visse mais defeitos em mim, que nem sequer existia. Onde já se viu, eu me achar vulgar por roupas. Logo eu? Uma menina que sempre usou a frase “Roupa não defini caráter”, e penso assim até hoje. Mas você? Você conseguiu fazer com que eu ficasse com nojo de mim, nojo das minhas roupas, do meu jeito de ser e de falar. Não estava me amando mais, e o pior de tudo? Não estava me sentindo amada. Sei o quanto tentamos, e o quanto você já fez por mim. Mas agora não é a hora de enxergar só as coisas boas, pois sempre fizemos isso. Nunca queremos enxergar as coisas ruins em que vivemos, ou as noites aos prontos em que aquela pessoa nos fez passar. Sempre consegui ter forças para lutar contra todas as brigas. Mas o limite existe, e as coisas já tinham passado dele, a muito tempo. Não queria ter dito adeus, mesmo que eu tenha dito inúmeras vezes. Mas dessa vez foi tão verdadeiro e você sabe como foi. Não queria ter sido fria com você, ou ter escutado a sua voz de arrogância! Não precisava ter chego a esse ponto, ao ponto de humilhação. Mas infelizmente, fomos fracos o bastante para não abrir os olhos e ver que não adiantava o que fizéssemos, algo sempre iria atrapalhar, e esse “algo”, seriamos nós. Se eu pudesse apagar todas as marcas que esse relacionamento me deixou, não apagaria. Se eu pudesse voltar no tempo e te dar um tapa ao primeiro xingamento que você me fez? Não daria. Pois aprendi como é difícil, passar o dia e a noite lembrando daquelas coisas horrorosas que o “amor da sua vida” lhe falou. Mas então, estou aqui, seguindo a vida. E dessa vez não estou só tentando, estou seguindo, de verdade. Estou desapegando. Não que eu esteja ficando com todos os caras, não que eu esteja saindo todas as noites e me afundando nessas bebidas. Estou desapegando de sentimentos que não me traziam paz. Se é difícil? Claro. Se machuca sentir falta? Machuca. Mas preciso aprender com a dor, preciso parar de me machucar, pois apesar de eu ter lhe amado muito, preciso me amar em primeiro lugar. E quem se ama, não sofre por términos de relacionamento. Foi bom enquanto durou? É, posso dizer que foi. Me arrepender? Nunca. Se eu irei te esquecer? Não. Mas espero levar você, como um simples aprendizado. Pois se fosse amor, nunca passaria noites chorando, como passei. Adeus!"




Luana Moraes

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Afinal, quem nunca sofreu?


Leia o texto, com essa música.


Quem nunca sentiu aquela dorzinha no peito, misturada com algumas dores de cabeça de tanto chorar? Que chegou a ouvir seu próprios soluços quando você ja não conseguia segurar as suas lágrimas? Debruçou em sua cama, pensou e repensou em todos aqueles motivos que lhe fez chorar, lembrou do carinha em que partiu da sua vida mesmo prometendo ficar para sempre, das brigas com seus pais em que falaram palavras que te destruíram, e lembrou como a sua maldita infância lhe faz falta. Chega um momento em que não sabemos o por que choramos, qual o motivo de tantas lágrimas escorrendo em seu rosto, tenta ao menos tomar um banho, mas ao invés de colocar uma música animada, que te faça dançar, coloca aquela que lhe faz sofrer ainda mais e que te faça reviver ao seu antigo namoro. Parece que gostamos de sentir o famoso aperto da saudade, da ausência. Você deixa aquelas gotas caírem ao seu corpo, e tenta imaginar como seria bom se você tivesse feito algo para mudar tudo isso, resolve se culpar por tudo, pelos kilos que ganhou na ultima semana, por deixar o homem da sua vida partir, se culpa pelas mentiras em que acabou de dizer para a sua mãe, quando ela lhe perguntou "está tudo bem?", e você disse apenas que sim, enquanto sua vontade era de abraça-la e dizer o quanto está magoada, e se sentindo inferior a qualquer coisa nesse mundo, mas o seu orgulho é maior. Nunca quis mostrar tristeza para ninguém, sempre foi de ajudar todos, e esqueceu que você também tem coração, e muitas vezes precisa seguir os conselhos que da para sua melhor amiga. Enfim, quem nunca saiu na noite com a intenção de esquecer de vez o seu ex? E ao chegar na balada, se deparou com a bebida em que ele mais gostava. Quem nunca folhou os cadernos antigos e acabou vendo um recado dele, em que dizia ficar com você independente de qualquer coisa? Você não é a primeira e muito menos a última, a sofrer por algo que se foi, por palavras que lhe magoaram, pelo café que esfriou ou por não conseguir entrar naquele seu vestido predileto. Afinal, quem nunca sofreu? Que atire a primeira pedra!


Luana Moraes